No início, era a Tela.

Superfície material capaz de recepcionar e recontar as mil manifestações de subjetividade dos indivíduos ao longo das eras, as suas fragmentações do mundo expressas desde as pinturas nas cavernas, aos quadros expostos, aos livros escritos, aos quadrinhos desenhados, aos filmes projetados, até a televisão ligada, o computador conectado, passando pelos grafites dos prédios das cidades, ou os onipresentes smartphones da atualidade.

Tudo é Tela.

É na existência múltipla e una desse meio de fruição e de compreensão da realidade que residem nossas inquietações – sob forma de pesquisas e realizações.

Mas o que une tantas artes e meios diferentes no grande conceito de Tela? Que fio alinhava um videoclipe, uma estória em quadrinhos, uma tela de Dali e um romance de Victor Hugo? Qual o limite entre nós e tantas telas? Afinal, se tudo é tela, somos também tela? Pois, nosso olhar também enquadra e filtra uma parte do mundo. Parece-nos, então, não haver espaço suficiente para projetar tantas inquietações!

Voltamo-nos, portanto, ao mundo globalizado, em que convivemos ininterruptamente confrontados a telas eletrônicas. Na sua massificação, parece que a Tela Eletrônica subjugou todas as outras, incorporando-as em si. Podemos ler qualquer livro em nosso computador, e ver as maiores obras do Renascimento em nossos celulares.

Houve, de fato, uma incrementação da tela.

Mas o que mudou dentro dela? Que tele-direcionamentos a tela eletrônica impõe à literatura, às artes visuais e – por quê não? – às próprias manifestações eletrônicas?

É isso que buscamos. Encontrar as narrativas contínuas, escondidas sobre as diversas telas, mas que permanecem sempre narrativas: o ato de contar algo.

E contando algo sobre alguma coisa, contam algo sobre nós. Projeta-te a ti
mesmo, como diria a filosofia.

Nós, através da tela, buscamos nos compreender.

​Seja bem-vindo a também compor esta TELAA.


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